FECHADO POR AMOR - Conto Breve - Emilio Vilaró
FECHADO POR AMOR
Emilio Vilaró
Tradução de Paulo Soriano
Ele se aproximou do balcão.
A farmacêutica, reconhecendo o tímido cliente a quem prazerosamente atendera por diversas vezes, encorajou-o carinhosamente:
— Olá, em que te posso ajudar?
— Tens algo que cure a solidão?
A farmacêutica mirou-o como nunca dantes havia olhado para um homem. Pensou que poderia ter formulado — ela mesma — a mesma pergunta.
Levou a mão ao peito e exclamou:
— Eu!
Perante o revelador sorriso e alegria do cliente, tirou o jaleco e abandonou o balcão. Pendurou a placa 'FECHADO' e, juntos, de mãos dadas, saíram da farmácia.
Imagem: PS/Copilot.
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