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Mostrando postagens de outubro, 2018

O POBRE RICO - Fábula de Liev Tólstoi

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O POBRE RICO Liev Tólstoi (1828 – 1910) Houve um homem que, tendo-se deitado, não pôde dormir durante toda a noite. Pensava: “Por que é a vida tão penosa para os pobres? E... Por que os ricos acumulam tanto dinheiro? Têm caixas cheias de ouro e, no entanto, vivem privados de tudo, para continuar amontoando. Se eu fosse rico, não viveria da mesma forma. Daria a mim próprio boa vida e procuraria não ser pior que os demais”. Repentinamente, ouviu uma voz que lhe dizia: — Queres ser rico? Aqui está uma bolsa. Nela há apenas uma moeda. Porém, logo que a tires, outra a substituirá. Tira quantas queiras e, depois, atira a bolsa ao rio. Porém, antes de deitar fora a bolsa, não gastes nenhuma das moedas, porque o resto se transformará em pedra. O pobre homem quase enlouqueceu de alegria. Quando se sentiu mais tranquilo, cuidou de fazer uso do presente maravilhoso. E apenas tinha retirado a moeda, no fundo da bolsa viu brilhar outra! — A felicidade é minha

O SONHO DE UMA HORA - Conto de Kate Chopin

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O SONHO DE UMA HORA Kate Chopin (1850 – 1904) Porque a Sra. Mallard sofria do coração, foi com grande cuidado que lhe anunciaram, tão delicadamente quanto possível, a morte do marido. Foi sua irmã Josephine quem lhe deu a notícia, com frases entrecortadas e veladas, traduzidas em insinuações que deixavam entrever, aqui e ali, a verdade. Richards, o amigo de seu marido, também a acompanhava. Quando a notícia do acidente ferroviário foi recebida, era ele quem estava na redação do jornal, e o nome de Brently encabeçava a lista de “mortos”. Teve tempo, apenas, de confirmar, por meio de um segundo telegrama, a veracidade do fato, antes de correr, pressuroso, à casa do falecido, para evitar que qualquer outro amigo menos cuidadoso e menos delicado levasse à Sra. Mallard aquela triste notícia. Esta não ouviu a história como uma outra mulher o faria, tolhida pela paralisante incapacidade de aceitar o seu significado. Ao contrário, explodiu em prantos imediatamente, abando