A CAUÇÃO - Conto - Friedrich Schiller
A CAUÇÃO Friedrich Schiller (1759 – 1805) Tradução de autor desconhecido do início do séc. XX Meros esconde um punhal sob o manto e entra na casa de Dionísio de Siracusa. Os satélites fazem-no parar e prendem-no a cadeias. — Que terias feito com esse punhal? — pergunta-lhe o príncipe enfurecido. — Teria libertado a cidade dum tirano! — Expiarás esse desejo sobre a cruz. — Estou pronto a morrer e não peço perdão, mas digna-te conceder-me um favor: três dias de espera para unir minha irmã a seu noivo. Meu amigo será minha caução e, se eu faltar à palavra dada nele, poderás vingar-te. O rei pôs-se a rir e, depois dum instante de reflexão, respondeu num tom irônico: — Concedo-te três dias; mas pensa que, se não tiveres reaparecido nesse prazo expirado, teu amigo tomará teu lugar, e te considero quite. Meros corre à casa do amigo: — O rei quer que eu expie sobre a cruz a minha infeliz tentativa; todavia, concede-me três dias para assistir ao casamento de min