MADAME TÉOFILA - Conto de Théophile Gautier
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLbp0oJzmU0b9UoRGH_tmYnUZqS9byrf1oO86K8pBWXmuZqK0ZLYD7oH4uEWg2Gb5wYf9yt4IZ3lqwYwxqhofMaKv6jMDzRgUTHIdq2MBeq1lbjafnbeKKhxDu3YmlS9p_YbcxSwn8kL6d/w640-h394/madame+te%25C3%25B3fila2.png)
MADAME TEÓFILA Théophile Gautier (1811 – 1872) Tradução de Olavo Bilac (1865 – 1918) e Manuel Bonfim (1868 – 1932) Madame Teófila era uma gata avermelhada, de peito branco, nariz cor-de-rosa e olhos azuis, assim chamada porque vivia comigo numa perfeita intimidade, dormindo aos pés da minha cama, fazendo a sesta no encosto da minha poltrona enquanto eu escrevia, acompanhando-me ao jardim nos meus passeios, assistindo às minhas refeições e interceptando, muitas vezes, o bocado que eu ia levar à boca. Uma vez, um dos meus amigos, afastando-se por alguns dias, confiou-me um papagaio, para que eu o guardasse enquanto durasse a sua ausência. O pássaro, sentindo-se deslocado, subira até o alto do poleiro, e circunvagava em torno, com ar desconfiado, aqueles olhos semelhantes a tachas de latão, encarquilhando as membranas brancas que lhe servem de pálpebras. Madame Teófila nunca vira em toda a vida um papagaio; e esse animal, novo para ela, causava-lhe evidente surpresa. Im