A NOVIÇA - Conto Humorístico de Pierre-Jean-Baptiste Nougaret
A
NOVIÇA
Pierre-Jean-Baptiste
Nougaret
(1742-1823)
Uma
abadessa, tendo notado um dia que uma de suas noviças se deixara levar à
tristeza, queria descobrir a causa de tal desolação. Depois de chamá-la a seu
quarto, perguntou-lhe o motivo de sua aflição.
Então a noviça disse-lhe, ingenuamente,
num lamento:
—
Minha sagrada querida senhora e prudente madre, tenho boas razões para ficar aflita,
pois percebo todos os dias que estou me tornando um animal. Eu já tenho um
gatinho que cresceu entre as minhas pernas.
—
Posso vê-lo?
A
moça mostrou à abadessa o seu “gatinho”. Esta, virando-se para a garota,
mostrou-lhe outro.
Havia,
no fundo do quarto, um noviço franciscano escondido. Vendo o que acabara de
acontecer, gritou ao mestre Bastien: “Magister Bastiane: vidi celos apertos”
.
Depois
disso, a garota perguntou à terna abadessa que animal era aquele que ela lhe tinha mostrado, e que se parecia tanto com o seu.
—
Minha querida — disse a abadessa —, o seu é só um gatinho. Quando engolir
tantos ratos quanto o meu, será o gato perfeito!
Ha!
ha! ha!
Mas
ainda não é hora de rir.
Um
momento depois, a bela menina perguntou ao seu amigo Etienne o que a senhora queria
dizer com esses ratos e gatos.
O
pequeno maroto fez com que ela tudo entendesse sem demora e a explicação ficou
completa quando ele a fez engolir o rato natural com seu gato místico.
Tradução: Paulo Soriano
Comentários
Postar um comentário