OLOFIN E A IMORTALIDADE - Conto Iourbá - Autor Anônimo
OLOFIN E A
IMORTALIDADE
(Anônimo Iorubá)
No
princípio dos tempos, Olofin — o criador do mundo — fez o homem e a mulher e
lhes concedeu a vida.
Olofin
engendrou a vida, mas se esqueceu de criar a morte.
Os
anos se passavam e os homens e as mulheres envelheciam cada vez mais, mas não
morriam. Assim, a terra se encheu de pessoas velhas que tinham milhares de anos
e continuavam governando de acordo com as suas antigas leis.
Tanto
imploraram os mais jovens que um dia seus clamores chegaram aos ouvidos de
Olofin. E Olofin viu que o mundo não era tão bom quanto ele havia planejado e
sentiu que ele mesmo estava velho e cansado demais para consertar aquilo que
tão mal lhe havia saído.
Então
Olofin convocou Iku para se encarregar da resolução do problema. Iku
compreendeu que deveria acabar com o tempo em que as pessoas nunca morriam.
Fez, então, com que chovesse sobre a terra durante trinta dias e trinta noites
sem parar. E tudo ficou submerso. Somente as crianças e os mais jovens puderam
subir nas árvores altaneiras e galgar as montanhas mais elevadas.
A
Terra inteira se converteu num grande rio sem margens. Quando as águas
baixaram, os jovens souberam que a terra estava mais limpa e mais bela e
correram a dar graças a Iku, porque este havia acabado com a imortalidade.
Versão em português de
Paulo Soriano.
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