PROTESILAU E LAODÂMIA - Breve Narrativa Clássica Trágica - Caio Júlio Higino
PROSESILAU E
LAODÂMIA
Caio Júlio Higino
(c. 64 a.C. – 17 d.C.)
Protesilau
Um
oráculo advertiu os aqueus de que primeiro homem que chegasse à costa de Tróia
morreria.
Quando
a frota grega se aproximou da costa, tendo os demais navios se atrasado, Iolau,
filho de Íficio e Diomédia, foi o primeiro a saltar de sua nau, mas foi imediatamente
morto por Heitor.
Todos
o chamavam de Protesilau, pois ele foi o primeiro grego a morrer em Tróia.
Quando sua esposa Laodâmia, filha de Acastus, soube que ele havia morrido,
chorou e implorou aos deuses para que pudesse falar com ele por três horas.
O
seu desejo foi concedido, e quando Mercúrio o trouxe, por três horas ela falou
com o marido. Mas quando Protesilau pereceu pela segunda vez, Laodâmia não pôde
suportar sua dor.
Laodâmia
Laodâmia,
filha de Acasto, havia perdido seu marido e estava constantemente chorando e se
lamentando. Assim, ela mandou fazer uma estátua de bronze, que representava
fielmente seu marido, Protesilau, e a manteve em seu quarto, sob o pretexto de
algum rito sagrado, e se dedicou a amá-lo.
Um
certo criado, que, numa manhã, foi levar-lhe frutas, espreitou por uma fenda na
porta e viu Laodâmia abraçando e beijando a estátua de Proteslau. Acreditando
que ela tinha um amante, levou a história a Acasto.
Acasto
irrompeu pelo quarto e, vendo a estátua de Protesilau, decidiu pôr um fim ao
sofrimento de sua filha. Mandou fazer uma pira com a estátua e os pertences do
falecido marido.
Mas
Laodâmia não podia mais suportar a dor. Jogou-se àquele fogo e morreu queimada.
Tradução indireta de
Paulo Soriano.
Comentários
Postar um comentário