SELETA DO LIVRO DOS CHISTES - Historietas Humorísticas Renascentistas - Luis de Pinedo
SELETA DO
LIVRO DE CHISTES
Luis de Pinedo
(Séc. XVI)
Tradução de Paulo Soriano
Estando a corte em Toledo, o doutor Villalobos entrou numa igreja para ouvir a missa e se pôs a rezar num altar da Quinta Angústia. Enquanto orava, passou junto a ele uma senhora de Toledo, que se chama dona Ana de Castilla. Tendo-o visto, disse:
— Leva-me para longe desse judeu1 que matou o meu marido!
E assim falou porque Villalobos o havia tratado de uma enfermidade da qual morreu.
Um moço chegou-se ao doutor Villalobos pressurosamente, dizendo-lhe:
— Senhor, pelo amor de Deus, rogo-lhe que visites o meu pai, que está muito mal!
Respondeu-lhe o doutor Villalobos:
— Irmão, não vês que aquela, que ali segue, vai vituperando-me e chamando-me de judeu, porque matei o seu marido?
E apontando para o altar, prosseguiu:
— E esta, que está aqui, permanece chorando, cabisbaixa, porque diz que lhe matei o filho. E ainda queres que eu vá agora matar o teu pai?
*
Um gentil-homem estava enamorado de uma dama. Mas como, de maneira alguma, poderia dar-lhe ela o que ele lha pedia, senão tirando-a da casa de seus pais, combinou-se para certa noite uma fuga. E foi assim que o galanteador levou a dama vila afora, em busca de outras paragens.
Seguindo pelo caminho, e como fazia uma bela Lua, disse o rapaz à dama:
— Senhora, mas que boa noite faz para enganar as putas!
A dama, como mulher sensata, malgrado até ali não houvesse sido, calou-se e, a caminho, disse-lhe:
—Senhor, esqueci-me de algo mais importante e útil em nosso caminho: os cem ducados que tomei à minha mãe. Por isto, voltemos por eles, se vos parece bem.
Calhando-lhe bem a proposta, disse à dama que esta tinha toda razão, e que os ducados eram coisas deveras importantes, visto como, sem pão e sem vinho, não se poderia seguir em frente, ainda que ele tivesse carne.
De volta à vila e à casa, depois que a dama entrou, o galã, fazendo vigília à Lua, ficou suspirando por sua senhora e por sua tardança.
Decorrido certo tempo, ela apareceu na janela e lhe disse:
— Ei, senhor!
Ele disse, em resposta:
—Minha senhora, o que manda vossa mercê?
Ela replicou:
—Mas que boa noite faz para enganar os néscios!
E, fachada a janela, somente esta restava ao galã.
Contemple agora o leitor o que poderia estar a sentir o galã.
*
Como, em certo lugar deste reino, elogiavam uma recepção que fora dada a um senhor, um canalha disse:
— Pois bem, estais a louvar tal recepção. Todavia, eu já vi outra muito melhor.
Perguntado sobre qual teria sido tal recepção, disse ele:
—A este meu cão, fizeram-lhe melhor Quando aqui chegou, não houve cão ou cadela que não viesse cheirar-lhe e lamber-lhe o cu.
*
Sendo pequeno o príncipe Dom Filipe, corriam uns touros na Corredera de Valhadolide. E como um touro arremetia contra um homem em frente à janela em que o príncipe estava, este, amedrontado, estremeceu.
A imperatriz, muito aflita, disse:
—Decerto que temo que este menino venha a ser covarde.
Respondeu o médico Villalobos:
— Não tenha medo Vossa Majestade. Em verdade, quando eu era pequeno, era o maior covarde da vida e a tudo temia. Agora, já veis o que faço: não deixo ninguém que não mate.
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Disse o duque de Alba, Dom Fradique, ao doutor Villalobos:
— Parece-me, senhor doutor, que és mui grande veterinário.
Respondeu o doutor:
—Tem V. S. ª razão, pois trato um grande asno.
*
Como, em certo lugar deste reino, elogiavam uma recepção que fora dada a um senhor, um canalha disse:
— Pois bem, estais a louvar tal recepção. Todavia, eu já vi outra muito melhor.
Perguntado sobre qual teria sido tal recepção, disse ele:
—A este meu cão, fizeram-lhe melhor Quando aqui chegou, não houve cão ou cadela que não viesse cheirar-lhe e lamber-lhe o cu.
*
Dizem que perto de Plasencia há um mosteiro chamado Perales, cujas freiras não gozam de boa reputação.
Por lá passando, o deão de Plasencia escreveu na parede:
“Esta pereira tem peras: todos os que passam comem-nas”.
Escreveram debaixo as freiras:
“Tu, velhaco, passaste por aqui e não as provaste”.
Respondeu o deão:
“Em peras tão maduras, não uso meus maxilares”.
Responderam as freiras responderam:
“Nunca vimos um tecelão que não fosse um falastrão”.
*
Um cavalheiro mandou que derramassem um cesto de ovos de uma velha mulher, quebrando-os.
Chorando, a senhora queixou-se ao senhor, pedindo-lhe que lhe pagasse os ovos.
Respondeu o cavalheiro:
—Não chores, senhora, que eu te pagarei os ovos. Diz-me: quantos eram?
Ela respondeu:
—Senhor, não sei. Sei apenas que, contando-os de dois em dois, sobra um; se de três em três, sobra um; se de quatro em quatro, sobra um; idem de cinco em cinco; idem de seis em seis; se de sete em sete, nada sobra.
Responde-se que hão de ser os ovos trezentos e um
*
A um lugar das montanhas havia voltado de Salamanca um estudante, filho de uma viúva. Mas, sem saber qual profissão ou ciência havia aprendido, os parentes importunaram-lhe muito a que predicasse um dia.
Rendendo-se às importunações, o estudante acolheu o pedido e, como pôde, estudou para o sermão.
Posto no púlpito — coisa para ele inusitada —, esqueceu totalmente o que haveria de dizer.
Vendo-se perdido, passado um bom tempo, disse:
—Vós, senhores, sabeis o que quero dizer.
Disse um dos que ali estavam:
— Senhor, alguns sabem, mas outros não.
Respondeu ele:
— Então, os que sabem contem aos que não sabem, e, assim, todos saberão. Ad quam perducat, etc.
E desceu do púlpito.
*
Um português, clérigo, tinha um sabujo português — digo, nascido em Portugal.
Certa feita, o cão, tendo achado o breviário com que o clérigo rezava, rasgou-o e comeu-o em parte.
Aborrecido, o português deu uma sova no sabugo e, depois, arrependido, chamou-o a si e lhe disse:
—Vem cá, Barbicas (assim se chamava o cão). Graças a Deus, tu és um cão português. Se fosses castelhano, far-te-ia cagar os Evangelhos que comeste.
*
Um frade andrajoso pedia esmolas em certas aldeias. As gentes de uma dessas aldeias importunaram-no a que predicasse. Ele não podia se escusar. Pregou na Quarta Dominga da Quaresma. Disse que, com 5.000 pães e 2.000 libras de peixe, o nosso Redentor havia alimentado 5.000 homens.
Disto tomando conhecimento, o prior perguntou-lhe se era verdade que tinha pregado aquela doutrina, e ele respondeu que sim. Repreendido pelo prior, que lhe dizia que devia se ater ao Evangelho, o frade respondeu:
— Pelo hábito que tenho, se por aquilo que eu preguei não me quiseram crer, o que faria eu se pregasse o que tu dizes?
*
Ao jantar da imperatriz prepararam-se umas perdizes. Ao serem trazidas à mesa, uma senhora, que trinchava a comida, meteu o dedo no sobrecu da ave e, chegando-o ao nariz, constatou que a perdiz não cheirava bem. Assim, cuidou de que trouxessem outras perdizes. Trazidas estas, e feita a mesma diligência, devolveu-as novamente, porque também não cheiravam bem.
O doutor Villalobos, que estava presente, disse à senhora:
— Cheire-as pelas tetas, como eu faria a ti, pois te juro que, se te cheirassem pelo rabo, como o fizeram com as perdizes, cheirarias pior que elas.
*
Dom Antonio de Velasco, cavaleiro gracioso e sábio cortesão, andava enamorado de uma dama deste reino, a quem amava e mui deveras servia.
Numa festa, viu outra dama mui formosa que, por lhe parecer tão bem, propôs-se a servi-la.
Passada a festa, e lembrando-se da antiga senhora e de seu grande merecimento, arrependido da mudança, compôs este dístico:
Vade retro, Satanás,
Que de teu nome não fujo;
Pois, se sabes que sou seu,
Para que me tentas mais?
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O condestável levava, à mão, Dona María de Mendoza por uma área escura.
Disse o condestável:
— Mas que bom lugar seria este, se não fosse vossa mercê.
— Bem, decerto, se não fosse vossa mercê.
*
Faziam, em certa localidade, a relembrança da prisão de Jesus. Passava a procissão pela rua, e nela encenavam-se empurrões, bordoadas e murros no Cristo.
Na ocasião, passava um português a cavalo e, vendo o que acontecia, apeou. Levando a mão à espada, começou a dar de vera nos confrades, os quais, vendo o perigo daquele engano, puseram-se todos a fugir.
O português disse:
—Valha-me Deus! Como é ruim esta gente castelhana!
E, voltando-se para o Cristo, exasperado, disse-lhe:
— E tu, homem de bem, por que te deixas prender todos os anos?
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Outro português pregava a Paixão. E porque os ouvintes choravam e lamentavam-se, e em si mesmo aplicavam bofetões, expressando grande emoção, disse-lhes o português:
—Senhores, não choreis nem vos exalteis, pois que talvez não seja verdade.
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Estando o Rei Católico em Carrion, e passando um dia pela ponte, veio a ele uma mulher velha com uma galinha nas mão, dizendo-lhe:
— Senhor, eu não tenho com que servir a Suas Altezas, senão com esta galinha: manda que a recebam.
Rindo-se, o rei disse:
— Senhora, eu te agradeço muito e mandarei que te paguem.
— Pois não a quereis como dádiva! Então, darei a ela liberdade. Que ela se vá por onde quiser.
E lançou-a, para que se fosse, pela ponte abaixo.
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Havia, num hospício de Toledo, um louco que, para alguns visitantes, gritava:
—Eu sou o anjo São Gabriel, que veio com a embaixada à Nossa Senhora e disse: Ave Maria etc.
Respondeu outro louco, que estava ao lado dele:
— Juro que ele mente. Eu sou o Deus Pai e nunca a isto o enviei.
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Estando em casa de Pedro de Cartagena, um louco trepou umas grades para atirar-se por uns corredores abaixo. Prestes a lançar-se lançar-se, viu-o de baixo o dito Pedro de Cartagena. E, quanto este perguntou ao louco o que queria fazer, respondeu-lhe o insano que queria voar.
Pedro de Cartagena disse-lhe:
— Espera que eu subo e tiro-te o capuz para que possas ver por onde hás ir.
E com isto o deteve até que subiu às grades e o tirou dali.
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Em Mozón de Campos havia um fidalgo que viera das Índias. Certo dia, contando coisas daquela parte do mundo aos vizinhos, disse:
— Eu vi nas Índias um repolho tão grande que, à sua sombra, podiam estar trezentos a cavalo, sem que lhes desse sol algum.
Disse outro, criado do Marquês de Poza:
— Não me parece muito, visto como eu vi, num lugar em Biscaia, uma caldeira na qual duzentos homens martelavam. E havia tanta distância entre eles, que as marteladas de um não era ouvida por outro.
Maravilhando-se muito, o que viera das Índias disse:
— Senhor, e para que era essa caldeira?
Respondeu o outro:
— Senhor, para cozinhar esse repolho que acabas de dizer.
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Disse o cardeal Loaysa, porque havia suplicado ao príncipe certo negócio, mas este não lhe queria fazer:
— Quem com meninos se deita, de manhã cagado se acha.
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Certa feita, o almirante Dom Fradique servia de mestre-sala à rainha Dona Isabel.
Dom Juan de Mendoza abanava-se com um leque, eis que era verão.
Tendo Mendoza se descuidado em abanar-se, perguntou-lhe a rainha:
— Por que não te abanas?
— Senhora, para não arrastar da mesa o mestre-sala.
Assim o disse porque o almirante era muito pequeno.
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Dom Rodrigo Pimentel, conde de Benavente, era um senhor mui temido por seus criados.
Estando um dia Benavente escrevendo umas cartas de importância, e estando ali perto certos pajens seus conversando acerca do medo que tinham do senhor, um deles disse:
— Quanto me dareis se eu for ao conde, assim como ele está, e lhe aplique um grande pescoção?
Fizeram com ele uma aposta os outros.
Foi ao amo o bom pajem, como a ver se este queria algo, e lhe deu um terrível pescoção, dizendo:
— São Jorge!
Disse-lhe o conde:
— O que foi isto?
Respondeu:
— Uma grande aranha subia-lhe o pescoço.
Levantou-se o conde alvoroçado e disse:
— O que foi feito? Mataste-a?
Disse:
— Senhor, derroquei-a e ela se foi.
*
Por comunero2, Frei Bernardino Palomo estava preso na fortaleza de Monzón. Um dia, estava deitado de bruços à janela, mui pensativo.
Disse-lhe o alcaide:
—Tu, frade, em alguma vilania estás a pensar agora.
Frei Bernardino respondeu:
—A ti, alcaide, não te mandam que me guardes o pensamento, senão o corpo.
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Quando o cardeal estava em Bolonha, para onde acorrera o papa, lá também se encontrava o imperador. O cardeal suplicou a Sua Majestade que lhe desse licença para ir à Espanha. O imperador a deu. Já que lhe dava a licença, o cardeal suplicou ao imperador que lhe fizesse a mercê de constituí-lo no ofício de confessor. O imperador respondeu:
—Padre, isto eu não posso fazer, porque teria eu vergonha de ti.
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Em Florença, o povo depôs os nobres que o governava.
Deram um ofício principal a um remendão.
Perguntou-lhe um nobre:
— Como governas?
— Fazendo o contrário do que vós fazíeis.
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Dom Alonso de Castilla escreveu uma carta ao bispo de Calahora, com um sobrescrito que dizia:
“Ao mui laborioso senhor bispo de Calcaporra, senhor das cidades de Sodoma e Gomorra etc., e pai dos filhos de Rodrigo de Baeza”.
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Dizem que Dom Alonso de Aguilar foi chamado ao conselho por ordem da rainha Dona Isabel, de boa memória.
Sentaram-se alguns maiorais que estavam presentes, por determinação da rainha. Vendo que não lhe davam cadeira, Dom Alonso retirou-se.
Chamado pela rainha, respondeu que logo voltaria, porque ia a sua casa acrescer uma cláusula em seu testamento, determinando que, quando o metessem na sepultura, enterrassem-no sentado numa cadeira de respaldo.
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Costumavam as viúvas assim assinar: “A triste viúva fulana”.
Dona María Enríquez, mulher de Juan de Rojas, senhor de Monzón, tinha um capelão que se chamava Garci Escudeiro, ao qual, estando ausente, escreveu, e pôs na assinatura, como era costume: “A triste Dona María”.
O capelão, respondendo à carta e, parecendo-lhe que era usual na corte responder nos mesmos termos, pôs em sua assinatura: “O triste Garci Escudero”.
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Alguns cavalheiros estavam um dia com o imperador e cada um contava o trabalho em que se havia posto para servir à Sua Majestade em certa guerra.
Respondeu o doutor Villalobos que ali estava com eles:
— Decerto, em outro maior trabalho eu me vi, tanto que fiquei na tenda e de puro medo me caguei nas calças.
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O comendador do Hospital del Rey, extramuros de Burgos, intentou uma ação judicial perante o alcaide Herrera.
Uma das testemunhas, depois de depor mediante juramento, perguntada se queria dizer mais alguma coisa, respondeu:
— O comendador não me mandou dizer mais nada.
*
A Verdade, não achando abrigo em todo o mundo, depois de percorrê-lo em roupas de pessoa bem tratada de honrada, e tendo sido despedida de casa de príncipes, prelados, senhores, seculares, congregações de clérigos religiosos, foi, enfim, à casa de uma velha mulher, que lhe deu pousada, estando ausente o marido.
De manhã, tendo chegado o marido, perguntaram à hóspede como lhe parecia aquela companhia.
Respondeu que bem, embora, tanto que pudesse ver, ali só estivessem presentes três olhos, porque o marido, a mulher e um gato eram caolhos.
O velho e a velha ficaram tão zangados que se levantaram com paus e expulsaram a hóspede de casa, dizendo que ela era malvista e atrevida.
Notas:
1O sábio médico Francisco López de Villalobos (1473 – 1549) era, realmente, judeu convertido ao cristianismo (cristão novo). Talvez a sua origem judaica tenha gerado tantas anedotas, nas quais é o parvo protagonista. Apesar de talentoso médico da corte espanhola, chegou a ser perseguido pela Inquisição, que o encarcerou por oitenta dias, a pretexto de ter alcançado o alto cargo mediante o emprego da necromancia.
2Por comunero indica-se alguém que participou da Guerra das Comunidades de Castela, rebelião ocorrida entre 1520 a 1522 em oposição à centralização do poder pelo rei Carlos I (1500 – 1558).
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