O PROPICIADOR DO BEM - Conto Alegórico - Oscar Wilde

O PROPICIADOR DO BEM Oscar Wilde Tradução de Paulo Soriano (Tradução de autor desconhecido do início do séc. XX) Era de noite e Ele estava só. Divisou, ao longe, os muros de uma cidade circular e caminhou para a cidade. Aproximando-se, ouviu, na cidade, grande algazarra de alegria e risos de prazer, juntos com o som estridente de numerosos alaúdes. E bateu à porta e abriram-lhe. Viu uma casa, que era de mármore, com belas colunas de mármore na fachada. As colunas estavam cobertas de grinaldas e, tanto dentro como fora, ardiam troncos de cedro. E Ele entrou na casa de mármore. Quando, depois de atravessar a sala de calcedônia e a sala de jaspe, chegou à grande sala dos festins, viu, estendido sobre um leito de púrpura, alguém cuja cabeleira estava coroada de rosas vermelhas e cujos lábios estavam vermelhos de vinho. Passou por detrás dele, tocou-lhe no ombro e disse-lhe: — Por que levas essa vida? O rapaz voltou-se, reconheceu-o, e respondeu, dizendo: — Então… Noutro te...