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Mostrando postagens de julho, 2025

UMA HERANÇA FATAL - Conto - Wilkie Collins

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UMA HERANÇA FATAL Wilkie Collins 1824 – 1889 Tradução de autor anônimo do séc. XIX Faz pouco mais do três meses, Alicia, que, em formosa manhã, passeavas com teu irmão pelo Hyde Park. Era dia de calor e tu e ele deixáveis os cavalos irem a passo; momentos depois, passáveis junto à grade do lado direito, cerca do extremo do leste do lago do jardim, sem notar uma humilde mulher que passeava só e tranquilamente pela calçada, observando os cavaleiros que por ali transitavam. Aquela mulher fora a minha aia, Nancy Connell. Logo que lentamente passaste junto dela, teu irmão deixou-lhe ouvir estas palavras a ti dirigidas: — Será realmente certo que Mary Brading e seu marido tivessem partido para a América? Tu te riste—como se a pergunta te divertisse muito—e respondeste: —É a pura verdade. Partiram. —Que tempo ficarão ausentes? — perguntou de novo teu irmão. —Toda a vida, provavelmente — disseste tu, rindo-te outra vez. Já tu e teu irmão vos tínheis adiantado de Clara, quando esta...

A DITADURA DO POLITICAMENTE CORRETO - Artigo - Nekrorion Luxor

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A DITADURA DO POLITICAMENTE CORRETO: QUANDO O MUNDO VIROU UMA PRISÃO DA LINGUAGEM Nekrorion Luxor Se você anda sentindo que o mundo ficou mais chato, travado e sufocante, não está sozinho. A ditadura do politicamente correto tomou conta das ruas, das redes sociais, dos palcos e até da nossa casa — como se falássemos numa prisão invisível onde cada palavra pode ser uma sentença. O politicamente correto, em sua essência, nasceu com uma intenção nobre: proteger minorias, dar voz a quem foi calado durante séculos, criar um ambiente de respeito e dignidade. Mas, como toda boa ideia que vira fanatismo, perdeu a mão. Virou um jugo pesado, uma espécie de censura moral que estrangula o humor, a criatividade e o próprio direito à livre expressão. Humorista? Hoje você está no banco dos réus. Já reparou como hoje piada virou um campo minado? Uma frase infeliz, uma brincadeira mal interpretada, e lá se vão processos judiciais, ameaças, cancelamentos sociais e até, pasme, anos de cadeia. Não ...

AMÁ-LA-IA - Crônica Humorísitica - Júlio Portus Cale

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AMÁ-LA-IA Júlio Portus Cale E Coriolano Cerqueira, o gênio vivo de Arco da Ponte, concluiu o seu longo e erudito poema com o incisivo estribilho: “…Se eu vivesse Amá-la-ia!” Soaram os aplausos em torno do coreto da praça. E quem mais aplaudia era Chico Borbulha, exímio e tradicional morador de rua. Firmino Bento perguntou: — E aí, Chico. Gostou do poema? — E como, moço! Bão demais. —Gostou mesmo? Mas… por quê? — Porque é justo: a mala ficou com o pobrezinho do defunto…