CARIDADE FILIAL - Narrativa Clássica - Plínio, o Velho
CARIDADE FILIAL
Plínio, o Velho
(23 – 79)
Infinito é o número de exemplos de afeto que se conhecem em todas as partes do mundo; mas um, em particular, ocorreu em Roma e a este nenhum outro pode ser comparado.
Uma mulher de classe muito baixa, e cujo nome não chegou até nós, tendo dado à luz recentemente uma criança, obteve permissão para visitar a mãe, que estava confinada na prisão. Era sempre cuidadosamente revistada pelo carcereiro antes de ser admitida, para evitar que introduzisse na cela qualquer alimento.
Por fim, porém, foi a jovem flagrada alimentando a mãe com o leite do próprio seio.
Assim, levando em consideração o maravilhoso afeto da filha, a mãe foi perdoada, e ambas foram sustentadas pelo erário pelo resto dos seus dias.
Versão em português de Paulo Soriano a partir da tradução inglesa de Henry Thomas Riley (1816 – 1878) e Johan Bostock (1773 – 1846).
Imagem: Guercino (séc. XVII).
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