UMA PANTOMIMA DE SUCESSO - Narrativa Breve - H. R. Tlyr
UMA PANTOMIMA DE
SUCESSO
H. R. Tlyr
(Séc. XX)
Sir
Frederick Bridge, famoso organista da abadia de Westminster, estava na Rússia
com seu amigo, o romancista James James L. Player.
Acabavam
de visitar Moscou e já estavam de partida para Leningrado, onde Sir Frederick
deveria realizar alguns concertos.
Seduzidos
pelas maravilhas da arquitetura oriental da cidade, os amigos não perceberam
que o tempo voara. Quando Mr. Player consultou o relógio, viu que só lhes
restavam trinta minutos para chegarem à estação ferroviária.
—Depressa,
um carro!
Encontrado
um táxi, surgiu uma nova dificuldade: como explicar ao motorista que queriam
chegar à estação? Aquele homem russo, de
pouca instrução, não sabia uma palavra de inglês e eles não falavam russo.
—Imite
uma locomotiva — propôs o romancista. — Enquanto você move os braços em
círculos, como se impulsionasse a máquina, dirá: “Tchaca, tchaca, tchaca,
tchaca...” Ao mesmo tempo, eu farei o gesto de puxar a corda de escapamento e
gritarei “Uuuuuuuuuu! Uuuuuuuuuu!...” E que o diabo nos leve se esse camarada
não vai entender.
E
assim fizeram. O romancista uivava a ponto de perder o fôlego, puxando a corda
imaginária. O Sir Bridge, resfolegante, imitava a locomotiva do trem que queria
pegar, bradando: “Tchaca, tchaca, tchaca, tchaca...”
O
moscovita barbudo sorriu e, fazendo-os subirem ao carro, partiu. Hurra! O táxi
pôs-se a correr como uma carruagem das lendas.
Os
viajantes respiraram aliviados: ainda tinham quinze minutos.
—
Que sorte — exclamou Frederick Bridge, satisfeito. — Graças à sua inteligência,
estamos salvos!
—
Ora, foi tão simples — respondeu, com modéstia, o seu companheiro.
Dez
minutos depois, o inteligente motorista os deixava... na porta do manicômio, onde
foram recolhidos como loucos.
Texto adaptado por
Paulo Soriano a partir de tradução anônima do séc. XX.
Fontes: “Pourquoi Pas?”
(Bruxelas, Bélgica), edição de 6 de abril de 1934, “Midinette: journal ilustre”,
edição de 24 de agosto de 1934, “Fon-Fon” (RJ), edição de 24 de outubro de 1931
e “O que Há” (RJ), edição de 20 de fevereiro de 1830.
Me ha divertido mucho Paulo ;)
ResponderExcluir¡Yo también!
Excluir