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Mostrando postagens de julho, 2024

AS NAMORADAS DO VISCONDE - Conto Humorístico de Gervásio Lobato

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AS NAMORADAS DO VISCONDE Gervásio Lobato (1850 – 1895) Os criados do Hotel Bragança andavam já intrigados e massados com tantas cartas. Todo o santo dia era o correio à porta com cartas para o senhor Visconde. O conselheiro, homem grave, sisudo, respeitável, casado com uma mulher encantadora, era primo do visconde e como ele estava aqui de passagem, um mês se tanto, nos dias em que o visconde não jantava em sua casa, vinha acompanhá-lo a jantar no hotel. Ao jantar, ao almoço, a toda a hora, o conselheiro fazia-lhe as honras da terra com uma amabilidade implacável. Mas o que o desapontava muito, o que o desgostava imenso era que, de vez em quando, o visconde fugia-lhe das mãos como uma enguia. Tinha que fazer, dizia que precisava estar a tantas horas num sítio. E ele aí ia, deixando o conselheiro todo desconsolado e pesaroso. Que demônio teria o visconde que fazer em tantos sítios? De mais a mais, já não era criança. Tinha passado os cinquenta, era feio, pintado, retinto:

A JUSTIÇA DO REI DOM PEDRO - Narrativa de Melchior de Santa Cruz de Dueñas

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A JUSTIÇA DO REI DOM PEDRO Melchior de Santa Cruz de Dueñas (c.1505 – 1585) Tradução de Paulo Soriano Um arquidiácono da igreja de Sevilha matou um sapateiro da mesma cidade e um dos filhos do falecido foi pedir justiça. O juiz da Igreja condenou o assassino abster-se da celebração da missa por um ano. Poucos dias depois, tendo o rei D. Pedro chegado a Sevilha, o filho do homem morto foi ao rei, contando-lhe como o arquidiácono de Sevilha havia matado o seu pai. O rei perguntou-lhe se ele havia pedido justiça. O filho contou-lhe o caso como sucedido. Disse-lhe o rei: — Serás o homem que irá matá-lo, já que não lhe fizeram justiça? O moço respondeu: — Sim, senhor. — Então, faça-o assim — disse-lhe o rei. Isto foi na véspera da festa de Corpus Christi . No dia seguinte, quando o arquidiácono ia em procissão, próximo ao rei, o jovem deu-lhe duas punhaladas. O clérigo caiu morto. A Justiça prendeu o rapaz, mas o rei ordenou que o levassem à sua presença. E perguntou-lhe po