ALARME NOTURNO - Conto de Anton Tchekhov
ALARME NOTURNO Anton Tchekhov U ma mosca de regular tamanho introduzira-se lentamente no nariz do sr. Gagin . O nariz não tolerou a presença desse corpo estranho, e deu, com um espirro, o sinal de alarme. Gagin espirrou, em realidade com todo o seu corpo. Sua esposa Maria estremeceu, despertando, e virou-se para o outro lado, disposta a prosseguir no sono. Transcorridos uns minutos, tornou a virar-se. Mas não conseguiu conciliar o sono. Cansada de se voltar na cama, levantou-se e aproximou-se da janela. Fora, reinavam as sombras e o silêncio. Do lado leste, uma ligeira claridade permitia distinguir os contornos das árvores e o perfil dos tetos. De repente, Maria soltou um grito. Teve a impressão que vira no jardim uma sombra negra, que se aproximava da casa. Um homem!... Um ladrão, com certeza!... A sombra aproximou-se da janela da cozinha. Deteve-se uns segundos, indecisa. Levantou uma perna e confundiu-se no retângulo negro. Ah!... Um ladrão!... Enquanto esse...