Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Narrativa Histórica

A VINGANÇA DE MICHELANGELO - Narrativa Histórica - Anônimo do séc. XIX

Imagem
  A VINGANÇA DE MICHELANGELO Anônimo do séc. XIX   Enquanto Michelangelo pintava o seu sublime quadro do Juízo Final na capela Sistina, o papa Paulo II foi um dia visitá-lo. O séquito do pontífice era numeroso, e muitos daqueles que o compunham eram incapazes de compreender e apreciar a obra de gênio do grande pintor. Entre estes achava-se o mestre de cerimônias do sacro palácio, cardeal de Cesena. O papa perguntou-lhe o que pensava desta pintura; e como um cardeal não é de direito homem de gosto e bom juiz em matéria de artes, o senhor de Cesena respondeu prontamente que uma tal pintura seria própria, quando muito, para ornar a sala de uma hospedaria, mas não uma igreja. Os artistas amam muito pouco a crítica, e nem sempre desgostam da vingança. A de Michelangelo não se demorou muito tempo. O cardeal teve um lugar no quadro no meio dos condenados: uma grande serpente o cinge e lhe devora o pênis; a sua cabeça está enfeitada com um par de orelhas de burro, sem dúvida...

CHARLOTTE CORDAY - Narrativa Histórica - Thomas Carlyle

Imagem
CHARLOTTE CORDAY Thomas Carlyle (1795 – 1881)     Na sala de espera do Palácio da Intendência, onde vêm e vão, atarefados, os deputados, uma jovem, acompanhada por um velho criado, despede-se grave e gentilmente do deputado Barbaroux. Figura normanda majestosa, vinte e cinco anos, o rosto fogoso e sereno. Chama-se Charlotte Corday. Até aqui, quando ainda existia a nobreza, chamava-se de Armans. Barbaroux deu-lhe uma carta para o deputado Duperret — aquele que uma vez, na efervescência, desembainhara a espada. Parece que vai a Paris com algum recado. "Era uma republicana antes da revolução e nunca lhe faltou energia". Nesta formosa figura de mulher há mesa e decisão. "Por energia ela entende o espírito que guia aqueles que se sacrificam pela pátria". Esta formosa Charlotte surgiu de repente como uma estreia da sua recôndita tranquilidade; cruel e formosa como um esplendor — meio angélico e meio diabólico  — para brilhar um momento e num momento se extinguir...